quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Chá Gelado

Sempre me deparo com esse quadrinho em branco e com a barrinha piscando,e ela me parece ser muito impaciente e necessitada de palavras que valham a pena.
Desisti de fazê-la feliz.
Durante o ano inteiro, vi textos, crônicas e poemas que valiam a pena. Não entendia como conseguiam fazer aquilo. Fazer poesia do vento e da porta e mesmo assim ficar tão profundo? O meu poético é pequeno e interno demais para escrever. Para dar certo, teria que cumprir certos rituais:
Gostaria de estar com uma caneca bem grande de cafe fumegando, com pantufas de pelo e ter uma vista maravilhosa da janela.
Mas eu não gosto de café, tem um chá de marca desconhecida que estou esfriando a meia hora em cima da escrivaninha. Nunca usaria pelos nos pés, e minha pantufa tem forma de bola de futebol.
Ps: Eu odeio futebol.
Só me sobra a maravilhosa vista! Mas se abro a janela vejo outras janelas, por isso, a deixo fechada.
Nada de poético sairia de alguém tão simples. A pouco tempo um amigo me disse que se olharmos o quarto de alguém, veremos a cabeça deste. Acho que está explicado. Minha mente é tão bagunçada quanto meu quarto. As únicas coisas em seu devido lugar são os quadros dos Beatles, do Harry e minhas fórmulas matemáticas na parede.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Heterogenéricas

A cor daquela dor não tinha explicação. A ponte novamente pareceu ser a origem dos meus problemas. Durante uma análise desta triste existência, vi que aquela cratera em peito não poderia ser preenchida nem com o balançar das árvores.
A fraude daquela noite de valsa só fez minha cútis avermelhar. A síncope e a síndrome não rimam apenas, elas dançam uma musica que dá vertigem.
E daquela estréia, só lembro de nossas pálpebras unidas enquanto a equipe estava em perfeita desordem.
Na velha estante da minha vida, só sobraram lembranças da viagem, o mel e o leite derramado. O choro tinha sido substituído pelo sangue. Me disseram que não tinha mais porque sangrar pelo leite derramado.
Foi nesse cárcere de sonhos que o único sinal do riso se tornou o sal. Um riso salgado enquanto o creme continuava a escorrer do nariz.

Laura e Bru decorando a matéria do provão :D

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Espero que as coisas continuem assim.

Mas não vão continuar.

Futuramente, seremos iguais a todos os adultos aos quais criticamos.
Teremos filhos, casa, trabalho e praia nas férias de verão.
Não vamos mais ver nossos blogs cheios de críticas a sociedade.
Não, não vamos mais ver nossos blogs.
Vamos apenas nos adaptar ao que sempre vivemos sem perceber.

E o ultimo passo?
A aposentadoria. Este é o tempo que nos dão para "viver de verdade".
Viver o início de nosso fim. Contraditório não?
É.


O que estamos vivendo?
O que fomos designados a viver.
Do mesmo jeito que nossos pais.
"No futuro, quero ser igual a mamãe".

Não
No futuro, quero ser o que sou agora melhorado.
Sem essa de "evolução". Isso não existe.
Pelo menos até agora.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

7.11.10


Quando a voz dele encheu aquele estádio, só lembro da multidão levantando e gritando na minha volta.Continuei sentada naquela escada, abracei minhas pernas e abaixei a cabeça.
As lágrimas ainda não pararam.

Árvore.

Eu não entendo o que está acontecendo. Não tenho tantos limites na minha cabeça como tinha antes. Estou tirando um tempo para não pensar desta vez.
Agora por exemplo, pensaria que o número de árvores que vejo daqui está diminuindo cada vez mais. Pensaria no velhinho de muletas que acabou de passar e que daqui de cima parecia tão pequeno. Meditaria, como muitas vezes, no vôo circular que essas pombas sempre fazem aqui em cima. Hoje eu não estou fazendo isso. Não consigo mais escrever redações nem textos bons,não consigo ter conversas inteligentes, ver filmes com contexto social, analisar poemas do VM, nem na miopia do Miguelim estou pensado mais.
Cheguei ao limite do vazio. Quero me encher de sensações, de emoção, quero viver o velhinho, a pomba e as árvores que sumiram.
Hoje, só hoje, não quero pensar em nada.

"Mas que melhor metafísca que a delas,
Que é a de não saber para que vivem,
Nem saber que não o sabem?"
Alberto Caeiro

Resquícios de uma aula de geografia e uma noite sem dormir.

domingo, 3 de outubro de 2010

Perfume.


E com cada gota dela
eu fiz o mundo se redimir
refiz o amor
mudei o ar
fiz as águas dançarem
fiz as almas dançarem
e cada nota que se ouvia no momento da gota cair
era minha alma se esvaindo
junto com a dela
E o cheiro que sempre procurei em mim
encontrei no momento em que lhe roubei a vida
Eram as nossas almas destinadas a escorrer juntas
pelas ruas de Paris.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010


Nenhuma frase me chamou tanto a atenção essa semana quanto a que eu li em um comentário de um video do Caetano Veloso : "Now, Brazil is free".
Será que esses jovens da Ditadura ja fizeram tudo e não deixaram nada pra gente?
Será que a "liberdade" que temos hoje é tão gratificante quanto a luta por ela?
A grande questão é : Será que o Brasil está tão bom assim, para os jovens simplesmente sentarem-se na frente do computador e resumirem-se a isso?
Cada um fazendo o que gosta, sem lutar por um ideal. Não vou discutir o termo “liberdade” pois não acredito que ele já tenha sido realmente vivenciado por alguém. Então , qual é essa liberdade pela que tanto lutavam e agora conseguiram? A liberdade de expressão, muitos me responderão. Claro,agora posso postar no Twitter tudo que eu quero. E o que mais? Posso colocar um cartaz na frente da minha casa dizendo qualquer coisa ofensiva a algum político. Posso me reunir com meus amigos para discutir o governo sem me esconder.
Eu POSSO tudo isso. E agradeço muito a todos que lutaram para isso acontecer. Mas por que não vejo isso acontecer? Por que ninguém dá retorno ao que fizeram? Os jovens estão muito ocupados descrevendo o que estão fazendo no computador, ocupados lendo histórias fantasiosas sem nenhuma idéia de moral ou ética, substituindo suas vidas pacatas e fúteis para entrar em um romance com um vampiro que não se alimenta de sangue. Voar em vassouras em uma escola em que você é especial e tem que vencer o mal para sobrevir. Ouvindo musicas que mostram a futilidade em que vivem como algo muito “style”, sem depender de um senso crítico musical.
A partir de 64, jovens de 16,17 anos eram praticamente independentes. Se reuniam, quando possível, com amigos para discutir seu futuro, analisar o que estava errado e o que tinham que fazer para mudar. E mudaram. Mas depois que esse objetivo maior foi alcançado, os outros problemas foram deixados de lado e a juventude não continuou.
Os adolescentes não vêem solução para o que está acontecendo. Muitos não sabem ou não percebem o que está acontecendo. Notícias escandalosas sumindo do nada, propagandas mostrando um país imaginário. Escondendo o lado que não sabe que está sendo escondido por não ter televisão. Mostrando uma África com fome e escondendo um nordeste miserável. “O que tem La pra cima mãe? Acarajé filha. Baianas e acarajé. E o que tem aqui em porto alegre? Ah, um shopping novo que estão construindo ali na Assis Brasil.”
Estão todos vendo o que a tv mostra. Se não é uma imagem de um país industrializado é uma repórter burra difamando a imagem do país para o exterior. E quando temos a oportunidade de mudar algo, como nessas eleições, na hora de escolher o candidato pela televisão, aparece uma criatura dizendo apenas seu nome e seu número ou criando bordões que passam a tarde inteira sendo tocados na rua . Eleição não é uma gincana. Só um rostinho bonito não serve para governar o país.
Eu pensei que nunca fosse dizer isso, mas: eu amo o Brasil. Amo o meu ideal de Brasil e vou lutar por ele. Brasileiros tem que viver no mesmo país. A desigualdade só acontece porque deixam acontecer.

domingo, 12 de setembro de 2010

Parabéns Ju !


Desculpa não estar contigo dia 11... Me acharia meio hipócrita comemorando teu aniversário enquanto MILHARES DE PESSOAS estavam lembrando do literal 11 de setembro u.u Pois bem, decidi acreditar que a culpa dos aviões batendo nas torres não foi sua.Afinal, por que tu ia querer isto contra os EUA se no mesmo dia estaria gastando dinheiro em um mc ? Aliás, foi nesse dia que eu, a Evelyn e a Lari nos apaixonamos pelo teu irmão. (Ele está solteiro ainda?).
Como estávamos conversando esses dias de aulas proveitosas,eu vi praticamente todas tuas fases. Vi teus defeitos e aprendi a conviver com eles ( e olha que nao sao poucos u.u) e ao mesmo tempo, vi o quão diferente tu és. No primeiro dia de aula da segunda série, eu tenho apenas duas imagens : A Yasmin chorando e tu consolando ela e a outra é da Laura aqui vagando solitária e infeliz u.u perto da arvore do pátio e tu sendo a primeira pessoa que veio falar comigo. Ju, aquilo foi realmente importante pra mim. Tu não sabe, mas eu comecei a gostar de ir na escola só depois disso :B Depois que eu descobri o que era ter pessoas pra dividir as alegrias e tristezas. E todas as coisas simples sempre foram muito importantes pra mim. Seja um ritual anuário de água com barata e maionese ou planos de fuga seguindo um mapa infantil.
Existe aquela frase de que os amigos são a família que podemos escolher. E nós formamos nossa família juntas, por mais que não tenha sido proposital.Os três virginianos e outros que entraram e saíram, mas nunca foram realmente embora.
É, não tem jeito Jurubeba, tu não vai conseguir se livrar de mim. Eu vou estar sempre debochando e fazendo piadas contigo e sim, tu também estará sempre rindo da minha cara e acertando guarda-chuvas na minha boca. Acho que nasci com a vocação de implicar com a tua pessoa u.u
Bom ju, feliz aniversário. Espero que tu saiba que pode sempre contar comigo.
credo, que clichê.
Mas é verdade :D tu vai continuar sendo sempre a minha amiga que não pensa.
Eu acompanhei todas fases não? então por favor, lembre-se de mim para que eu possa acompanhar as próximas.

PS: Ainda não comprei teu presente.
PS2: Um dia desses vou te levar no zoológico.
PS3: Outro dia desses vou te levar pra Gramado.
PS4: Faz história.Bjs

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Um ócio divertido

Eu estava burlando as regras. Me senti uma inútil. Me senti bem. É difícil fazer isso de novo sem peso na consciência. Desta vez foi diferente... Eu não estava fugindo de nada, não estava fugindo de mim.
As conclusões que tiro deste momento? Foi extremamente bom! Comecei com certo receio, admito. Procurando motivos para estar fazendo aquilo de novo. E descobri que aquilo mesmo era o motivo. Que não usava só para fugir, para esquecer. Eu fazia isso porque realmente era bom. E hoje eu vi que ainda é bom. Que me traz lembranças de coisas que eu nunca vivi. Foi minha "pseudo-vida" da pré-adolescência. Mas eu sei, quando eu quiser, não mais quando eu precisar, vai estar aqui na minha estante. 3283 páginas lidas no mínimo 5 vezes fizeram a diferença pra mim.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

"aula" de português

Hoje eu quero estar em casa.
Isso não significa que eu não queira ir embora.
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Me pergunto porque eu tenho que fazer tudo isso viver como eu quero. Hoje, eu não queria estar aqui. Hoje, eu não queria estar aprendendo que não se coloca vírgula depois de um advérbio curto.Hoje, não tem vírgula. Hoje amanhã depois de amanhã. Sem vírgulas, sem pausas. 2010 2011 2012 .... 2000 e tantos e ponto.
O tempo está passando rápido demais. Não quero continuar vivendo o ano que vem. Quero que as vírgulas estejam presentes na minha vida. Quero ter bons apostos para contar para os netos e um advérbio para dar uma balançada nas coisas as vezes.
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Tem luzes piscando na coca derramada do meu colega da frente. Freneticamente, fazendo minha cabeça girar.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

O último Grão de ...

"Levanta a mão quem pensa na morte todo o dia". Aquela aula me marcou. Por que eu fui uma das poucas pessoas a levantarem a mão? Por que a maioria costuma evitar ao máximo esse assunto?
Não é que eu ache legal pensar na morte. É apenas meu modo de dar mais valor aos pequenos gestos.Pode ser que isso seja ruim para alguns, achando que sou o tipo de pessoa que só dá valor quando perde. Mas não, é exatamente o contrário! Eu imagino perdendo e vejo como tenho sorte no momento, evitando que eu perca depois. Infelizmente, isso nao deu certo nas férias.Todo dia eu pensava :" E se esse fosse o último dia? ainda bem que tenho mais" mas agora elas chegaram ao fim. Não pude evitar nada, só aproveitei ao máximo. Acho que isso é o mesmo com a morte... Para mim, ela só serve para que eu aproveite mais a minha vida. Não quero morrer "da maneira errada".
É tão triste ver alguem que está à beira da morte acreditando que vai viver por muito tempo ainda. Evitando a cada segundo pensar sobre isso.
Hoje, a cada sílaba que saia da boca dela, havia um suspiro de esperança, como se quisesse ouvir da boca dos outros que ainda tinha chances alimentando cada vez mais uma mentira. E ela ouviu, ela viu as cabecinhas concordando quando dizia que nao seria a ultima vez que a veriam. Eu tinha prometido que nao faria isso, mas fiz. E segurei minhas lágrimas com todas as forças que eu pude concentrar naquele momento.
A esperança não é a ultima que morre, ela morre com você. Particularmente, eu gostaria de morrer sozinha. Não quero criar ilusões, quero apenas saber que acabou e que finalmente chegou o momento em que eu pensei todos os dias da minha vida. Claro que há a esperança boa, mas quando ainda tem alguma chance de que algo aconteça. O último grão de esperança,que é esse que nos acompanha neste momento, deve ser cultivado em outra pessoa, com outro propósito. Porque, afinal, as férias sempre acabam.

É o ciclo.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

the mind's true liberation


O teto foi o primeito a ir embora. As paredes foram se esvaindo aos poucos, uma a uma.Choveu forte em mim, só em mim. Os planetas começaram a girar ao redor da minha cabeça. Eu era a convidada do sol, e certamente, algo clareou para mim ali.
A água gelada aqueceu mimnha alma e os sinos começaram a tocar. A música chamou todos os seres vivos do lugar, seja lá qual for... E todos se balançavam na mesma sintonia em que as flores brotavam. As árvores cada vez maiores só faziam sombra se pedíssemos. Lá ninguém precisava de um nome, não precisava saber quem eram seus parentes, não havia medo nem castigo.
A música foi ficando mais forte e os pássaros começaram a chegar. Eles vinham de longe, puxando com força um grande arco-íris. Pulei alto como se não houvesse gravidade, transformando todos os meus medos em borboletas que não cegam. Havia lençois por toda parte. Brancos, balançando com o vento, mas deles não surgiam palhaços assassinos.Ali não existia tempo. O único relógio estava pendurado em parede solitária, e seus ponteiros dançavam um rock clássico.
Do nada, as pessoas foram esmagadas dançando. Em cima de mim caiu um teto e meus pés ficaram gelados por causa da água gelada. Minha mãe bateu na porta do banheiro reclamando que eu estava demorando demais no banho.
Fico feliz em saber que não foi um sonho e que esse lugar existe. Os planetas não vão parar de girar ali enquanto eu não quiser que parem. Quando não houver mais necessidade, quando o lugar em que eu vivo for tão bom quanto esse lugar, eles podem sumir.
"Não sei porque", mas tenho a impressão de eles ficarão ali por muito tempo...

When the moon is in the Seventh House
And Jupiter aligns with Mars
Then peace will guide the planets
And love will steer the stars

Quem sabe dessa maneira tenhamos um resultado. haha.

sábado, 26 de junho de 2010

Miscelânea

Imagine there's no heaven
It's easy if you try
No hell below us
Above us only sky
Talvez tudo fosse mais simples assim. Se tem uma coisa que eu não consigo entender é a humanidade. Não sei se quero... Dói lembrar uma história que nao vivemos, mas faz parte de nós. Nao posso escolher meu destino apenas com o que quero, sei que tenho essa liberdade, mas nao posso. E esse é exatamente o motivo: Eu sei que posso. Tenho a opção de fazer a diferença ou viver apenas por viver feliz. Eu quero fazer a diferença. Sei que vou ser feliz da mesma maneira, pois consequentemente, o que eu quero e sempre quis é fazer a diferença. Talvez se eu pensasse menos, conseguiria essa felicidade mais facil. Mas não quero uma felicidade cega... Não vale a pena.
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Ignorar o que está a nossa volta me deixa triste. Conveniências... Não quero ser mais um adolescente que "nao descobriu a vida" e acha que pode salvar tudo. Só não me conformo de passar por pessoas deitadas nas ruas e nem se quer olha-las. Ja fiz isso, todos já fizeram, na maioria das vezes, continuo fazendo. Isso dói demais.Não é porque eu não quero, a sociedade não permite... Essa tal de sociedade que inventou a violência,o egoísmo... esse capitalismo me deixa cada vez pior. Sair do sistema pode ser mais difícil do que imaginei.
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Contemplar o passado não é a solução. Podemos fazer isso pensando no presente... Olhar os pares de sapatos, as malas e as próteses para lembrar de como o ser humano é cruel só nos deixará tristes. Fazer a mesma caminhada que eles fizeram é continuar no mesmo lugar. Virar um "B" não vai adiantar nada no nosso caso.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

E ninguém diria : desde ontem a cidade mudou.


Uhn.. mais uma fase... fase de transiçao. Acho que agora estou descobrindo quem sou.Isso está me preocupando, me deixa triste, pensativa demais.Preciso ver um fundamento em tudo que acontece, em tudo que existe... mas não vejo nada. Nada. Não quero vir com aquela frase de "nada faz sentido", mas nada faz sentido u.u Talvez ai esteja a mágica das coisas! Aliás, por que algo precisa fazer sentido? por que algumas pessoas procuram sentido em tudo? Não poderíamos ser do tipo de gente que só vive? Viver e sentir... não precisa de uma explicação teórica. Claro, se eu dissesse que gostaria de ser alguém que só vive, que não pensa em fundamentos, em explicações, estaria mentindo. O fato de enxergar as coisas como são não me impede de ser como os outros. Isso é um problema, afinal, "todas as cartas de amor são ridículas".
Não preciso ver uma explicação, a verdade é que as coisas apenas são. Passamos por um banco velho de praça e não sabemos quem ja sentou ali. Talvez tenha sido o banco do primeiro beijo de alguém, talvez tenha sido o único companheiro de alguém no fim das tardes. Agora ele é só um banco que guarda em segredo diferentes histórias. Por mais significado que tenha para alguém, pra maioria das pessoas vai ser só um banco. niguém vai lembrar do casal que deu o primeiro beijo e não vao lembrar de todas vidas que passaram ali. Nada sobrou delas, se não o banco sujo e velho da praça.
As pessoas vivem para si mesmas,podemos viver mil aventuras, decepções, paixões.. ninguém vai saber que você era especial.que você teve uma ótima vida. Você será lembrado como tataravô por um parente que você nao chegou a conhecer e um ex morador para alguém que vai comprar a casa que você viveu por tanto tempo. É o fluxo, as vidas não param até que chegue a morte. O máximo que vai acontecer é alguem achar uma foto velha sua, começar a pensar sobre o sentido da vida e sobre a morte, escrever alguma coisa em um blog que ninguém lê,e depois voltar a viver a vida pacata e simples, do mesmo jeito que a sua.
Vou viver por mim, e pra mim.
Pode ser que no final agente apenas se desintegre e a única coisa que restará será a nossa sombra. Infelizmente,sombras não contam histórias.

domingo, 6 de junho de 2010

Devaneio.


Por um momento pareceu real. Ele não precisava ter falado nada, fazer eu acordar dessa breve ilusão foi maldade. Odeio espanhol mais do que odiava antes.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Living is easy with eyes closed



"A imagem era preto e branco. A menina queria ser colorida, mas ela não sabia que cinza também era uma cor."
Muitas idéias do que escrever, pouco tempo para fazer isso.Esqueci todas e não me importo. As coisas que não são tão importantes vão sumindo da minha mente... talvez não fosse bom colocá-las aqui. Acordei com dificuldade todos os dias desta semana...A cama tem se tornado uma grande amiga nestes momentos. Talvez pelo medo do dia ser ruim, ou de ter que encarar as obrigações que vou ter que enfrentar daqui a algum tempo.Felizmente, os dias tem sido bons, apesar das clássicas “crises existenciais”, não tenho me importado com o mudar de opinião.
A partir de agora, as coisas vão dar mais certo.Sei que vão. Meus momentos de ócio tem sido bons, são necessários.
All the lonely people, where do they all come from ?
Gosto de estar sozinha,gosto de pensar e analisar meu comportamento. Gosto de adivinhar nomes sem conhecer as pessoas, lembro dos cheiros e esqueço das faces. Texto sem ordem para alguns... na verdade, texto ordenado só para mim. Ordo ab Chao ... isso me persegue.
Me sinto deslocada no tempo novamente, não concordo com isso, apenas sinto. Tem muitas coisas com as quais não concordo, mas sinto. É tudo contraditório às minhas teorias. Teorias vazias, sem emoção, sem sentimentos, mas infelizmente, reais pra quem acredita nelas. Pessoalmente, são uma grande besteira, não vale a pena ter muito conhecimento se as coisas começam a perder a graça. Descobri isso pelo meu lado cético, que pelo visto, não é tao cético assim.

“Feliz o homem marçano
Que tem a sua tarefa quotidiana normal, tão leve ainda que pesada,
Que tem a sua vida usual,
Para quem o prazer é prazer e o recreio é recreio,
Que dorme sono,
Que come comida
Que bebe bebida, e por isso tem alegria.”

Estava tentando ver o valor das coisas pequenas novamente. Estou me saindo bem. Quero ter conhecimento o bastante para ser conhecedora e ignorância o bastante para ser feliz. Afinal todos os pensamentos vão se esvaindo junto com as idéias brilhantes que só brilham no momento em que foram feitas. Se elas causaram algo neste momento, já cumpriram parte do seu papel.
Mas agora, agora...i’m going to strawberry fields where nothing is real.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Sem título adequado.


“Nasci na época errada”. Essa frase se aplica a maioria dos meus dias, menos hoje. Aquela velha sensação de abrir um álbum e ao olhar foto por foto, perceber que nenhuma delas faria diferença sem você não me perseguiu hoje.O fato de sempre preferir algumas coisas antigas não me impediu de me sentir atual. Percebi que o mundo também precisa de conservadores. Conservar certos valores,certas idéias, certa cultura, certas musicas e certo estilo é importante para lembrar a história e fazer uma cultura mais diversificada. Eu não gostaria de sair na rua e olhar todas as pessoas usando calças justas e coloridas, do mesmo jeito que não gostaria de ver todos de preto. Diversidade está se tornando mais importante do que sempre foi pra mim.
Eu não nasci na época errada, nasci no momento certo, onde conheci pessoas que são extremamente especiais, e mesmo se nao soubesse que elas existem, deixariam um vazio.Mas hoje eu realmente me senti bem, apesar de todas as críticas diárias que faço a algumas coisas da modernidade, vi que posso ser diferente e ao mesmo tempo participar desse conjunto. Claro, esses bons sentimentos foram relativos somente ao tempo. Geograficamente me senti um lixo. Parece que a cada dia que passa, eu deixo mais de fazer parte desse lugar. Não que eu não goste daqui,é que eu simplesmente não me adapto. Sinto que poderia me adaptar a variadas culturas, mas não consigo aceitar o que vejo nestas mesmas ruas todos os dias. Não vou citar tudo que me incomoda, não tenho espaço para isso. “Cú de mundo” como nos Famosos e os Duendes da Morte. Eu quero sair pra tomar um café em Paris,mesmo não gostando de café. Quero ir em alguma padaria da Itália, quero dançar pulando com os africanos. Quando acordar, quero abrir a janela e ver as Pirâmides de Gizé, quero sair pra jogar em Las Vegas na sexta a noite e acordar no sábado sem lembrar de nada, só pra ver as fotos depois. Quero descansar em um templo budista e sair para andar de bicicleta na muralha da china.
Quero estar apaixonada por tudo e todos, tirar fotos de diversas paisagens e comprar vários livros, mesmo que não leia todos. Vou andar de metrô na Rússia e escrever um LP no banco.Quero ir pra Jerusalém, quero passar a mão em um tigre da Tailândia e depois de tudo isso... quero chegar em casa, deitar e quando acordar novamente, ver todas essas coisas que no momento eu não suporto,com saudade.
Talvez eu não tenha muita noção de tempo e espaço. Pode ser que eu já tenha vivido isso e recebi uma chance de viver de novo. Mas pode ser também que o meu destino não esteja traçado e que tudo é incerto, eu traço ele da maneira que eu achar melhor na hora. O meu livro, escrevo eu, decido onde ele se passa e quais são os personagens principais. Os coadjuvantes não existem, por que, apesar de tudo, nos livros deles eles são principais. Dá no mesmo que o príncipe da Cinderela passar na casa da Branca de Neve e dos sete anões e pedir para ela experimentar o sapatinho. Ele é importante de qualquer jeito, mas para a Branca de Neve, pode ter sido apenas um tarado maníaco que ela decidiu não abrir a porta e ele foi embora. Acho que esse texto foi mais um bombardeio de ideias sem nexo. Adoro tudo que não tem nexo.

quinta-feira, 20 de maio de 2010


Resolvi olhar novamente o David de Bernini, novamente ele me deixou sem palavras. Como pode ser tão melhor que o de Michelangelo? E por que o de Michelangelo ainda é mais conhecido? Ora, por favor... Bernini fez toda a perfeição do corpo como M. e ainda deu todo aquele movimento à estátua. Eu realmente sinto como se ele estivesse se mechendo cada vez que olho denovo. Michelangelo pra cá, Michelangelo pra lá u.u ta, parei, só precisava expressar minha raiva u.u Normalmente não comentaria algo assim, mas ele realmente me encanta.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Ah, o ser humano...

Tive uma tarde diferente...Estranhamente quieta. Várias coisas a se fazer, nada feito. Uma tarde utópicamente livre. Eu precisava de algo com que me ocupar,apenas pra tirar alguns pensamentos da cabeça. Os livros dessa vez não foram a solução.
Já faz uns dias que minhas incertezas ficam mais incertas, e eu não sei o que fazer.Gostaria apenas que tudo acabasse bem, sem pessoas magoadas, sem rancor. Nem tudo é possivel, mas vou fazer o que for preciso. Não sei se minhas decisões estão certas, mas se não testá-las como vou saber? Está certo que ando meio "apressada", que não estou dando o tempo certo as coisas. Talvez eu me arrependa de pensar assim, mas o tempo é extremamente relativo.O que me encomoda são os sentimentos. Ah, que coisinhas despresíveis. Quando são muito fortes, podem fazer até mal.. e quando são fracos demais,fazem mal também.
Eu nunca fui aos extremos, sempre fui aquela pessoa controlada em tudo.Ou pelo menos pensava que era... As coisas mudaram sem eu perceber, quando vi, tinha chegado tanto ao extremo, que já não me conhecia. Não me importei,estava tudo bom demais, até eu me mostrar humana novamente. Ta aí outra coisa que eu não gosto. Seres humanos. Tão frágeis, sensíveis, ignorantes, sentimentais. O que é o amor senão a força de atração de dois seres para a perpetuação da espécie? Por que o ser humano tinha que complicar tanto? Criar relações entre pessoas, pais, mães, irmãos, amigos. Sociedade complicada. As coisas seriam mais simples se as pessoas não tivessem sentimentos. Olha ai eles denovo u.u
Quando disse que me mostrei humana é porque percebi ser fraca. Fraca pra certas coisas sentimentais, decisões apressadas não são boas, mas simplesmente não consigo esperar. Falando assim,pareço aquelas adolescentes que pensam que o mundo gira em torno de si. Mas não, penso nos outros, penso em outras coisas. O problema é que o que eu escrevo, não controlo.. acaba saindo o que eu mais me pego pensando. Posso ter qualquer outro assunto, as coisas vão sempre voltar pro foco inicial. Talvez tenha aprendido isso na aula de redação.
Sempre dei concelhos amorosos sem ter tido amores. Ia pela lógica, pela razão, e me indignava que as pessoas não conseguiam fazer o que eu dizia que era certo ser feito. Esse é outro problema dos sentimentos... eles colocam as leis, os padrões como algo inconcebível, tem o poder de superar a moral e a ética.O que é certo para alguém que fora de um relacionamento, pode ser errado para a pessoa dentro do relacionamento. Me recuso a dar concelhos amorosos novamente. Por melhores que sejam as intenções, eles não vão ter tanta importancia. Gosto de receber concelhos. Viu? é tudo tão contraditório, tão complexo. Pode ser que as coisas estejam mais contraditórias e complexas por que eu eesteja descobrindo sentimentos. Sentimentos indecifráveis. Sou ignorante demais para compreende-los e preciso de uma ajuda de fora, mesmo sabendo que também não vai adiantar nada.
Talvez eu devesse deixar na mão do tempo. Isso sim, foi uma grande invençao da humanidade. O tempo. O maior tesouro que temos. Na maioria das vezes, ele resolve seu problema. Um grande amigo e concelheiro. O pagamento é por hora.
É, pode ser que nada seja tão complicado... mas estou adorando ser humana. Ser adolescente, ser adulta, ser tudo que tenho direito. Assumir papéis que não são meus.
Gosto de problemas só por ter a satisfação em resolve-los. Mas agora... agora quero ter minha paz denovo, quero pensar em mim novamente, viver a solução.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

oh my life...is changing everyday, in every possible way ♪

Há algo que está sendo separado. As coisas não estão como antes. Claro, as coisas nunca estão como antes. Elas costumam mudar e as pessoas costumam ficar.Dessa vez, as pessoas resolveram sair. Sempre gostei do antes, por mais problemas que trouxessem, elas continuam sendo importantes, mas distantes. E vão ficar cada vez mais distantes, não quero correr atrás, não quero ter problemas. Eu quero ter a mesma imagem que tenho agora. A maneira de viver delas, se distancia cada vez mais da minha.Isso não é ruim, é apenas diferente. Bom, é natural, aos poucos,vamos mudando, crescendo, evoluindo. Os amigos mudam, os lugares mudam, as músicas...
O que está ocorrendo é apenas uma fase pra realmente começar. Uma seleção natural, digamos. Cada vez mais estou vendo isso como uma irradiação adaptativa,todos nascemos no mesmo lugar,e aos poucos, vamos nos separando. Cada um segue sua vida e encontram seres com quem realmente querem conviver.
Estou vendo isso acontecer o tempo todo. Descobri pessoas que já conhecia e perdi aqueles que nunca conheci. E isso faz mais sentido do que antes. Vou me adaptar. Não porque tenho preguiça de retomar relacionamentos ou de procurar as pessoas. Procuro quem realmente me interessa no presente. Há coisas que devem ficar apenas como lembranças de momentos bons. Há outras que vão comigo por onde eu estiver, são poucas, mas são especiais. Estou feliz.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

If the sun don't come, you get a tan

Eu tinha regras. Comecei ver que elas eram inúteis. Pensei que se aplicavam a tudo, não é o que está acontecendo. É contraditório... If the sun don't come, you get a tan ;] Descobri que não entendo nada, e simplesmente, não preciso entender, não quero entender. Parei de planejar, de fazer normas, ora, estou burlando todas elas e não considero isso ruim. O estranho, é que elas sempre deram certo, e o caso que era para darem mais certo, elas não funcionam. Pode ser que essa seja a parte da eletrostática que se aplique de verdade nos sentimentos. Cargas iguais se repelem, e não há nada que mude isso. Talvez a física não explique tudo.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

But in the long run, there's still time to change the road you're on

É, as coisas mudaram. Resolvi dar uma ré, e voltar para aquela bifurcação que encontrei na estrada... ela me levou para outros caminhos, talvez já conhecidos, já passados, mas que nunca tinha parado para apreciar a paisagem em volta. Não digo que é mais bonita do que a estrada que estava.. mas pelo fato de conhecer todos os obstáculos que iria enfrentar na outra, decidi mudar. Pode ter sido uma decisão meio boba, ora, quem é que prefere se arriscar, ao ter um futuro certo e bom ? Quer dizer, eu sabia que seria bom, e mudei para algo que não sei o que vai ser, pode ser que haja paisagens melhores, pode ser que eu passe por coisas que não gostaria de passar... É apenas pelo fato de ser diferente. Dar mais valor ao caminho do que ao objetivo, acho que era isso que estava faltando., . Estou vendo coisas que já tinha visto, mas estão diferentes (faz sentido? ;~) .
É que dessa vez, acho que estou parando para apreciá-las. Chega de botar a cabeça para fora da janela e achar que já sou parte da paisagem. Agora eu sei que posso fazer as mudanças que eu quiser na estrada, afinal, escrevi meu nome nela, e vou escrever em todas que eu passar, assim, vou levá-las comigo para outras bifurcações que encontrar no meio do caminho e tiver vontade de entrar. Dessa vez, quero estar dirigindo, sozinha, apenas com as fotos das paisagens pelas quais passei, guardadas no porta-luvas.
Vou botar minha jaqueta, colocar um trident no bolso, ligar o rádio, e ao som de dreams (Cr) vou pensar em dobrar aquela esquina.