terça-feira, 9 de novembro de 2010

Árvore.

Eu não entendo o que está acontecendo. Não tenho tantos limites na minha cabeça como tinha antes. Estou tirando um tempo para não pensar desta vez.
Agora por exemplo, pensaria que o número de árvores que vejo daqui está diminuindo cada vez mais. Pensaria no velhinho de muletas que acabou de passar e que daqui de cima parecia tão pequeno. Meditaria, como muitas vezes, no vôo circular que essas pombas sempre fazem aqui em cima. Hoje eu não estou fazendo isso. Não consigo mais escrever redações nem textos bons,não consigo ter conversas inteligentes, ver filmes com contexto social, analisar poemas do VM, nem na miopia do Miguelim estou pensado mais.
Cheguei ao limite do vazio. Quero me encher de sensações, de emoção, quero viver o velhinho, a pomba e as árvores que sumiram.
Hoje, só hoje, não quero pensar em nada.

"Mas que melhor metafísca que a delas,
Que é a de não saber para que vivem,
Nem saber que não o sabem?"
Alberto Caeiro

Resquícios de uma aula de geografia e uma noite sem dormir.

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