sexta-feira, 21 de maio de 2010

Sem título adequado.


“Nasci na época errada”. Essa frase se aplica a maioria dos meus dias, menos hoje. Aquela velha sensação de abrir um álbum e ao olhar foto por foto, perceber que nenhuma delas faria diferença sem você não me perseguiu hoje.O fato de sempre preferir algumas coisas antigas não me impediu de me sentir atual. Percebi que o mundo também precisa de conservadores. Conservar certos valores,certas idéias, certa cultura, certas musicas e certo estilo é importante para lembrar a história e fazer uma cultura mais diversificada. Eu não gostaria de sair na rua e olhar todas as pessoas usando calças justas e coloridas, do mesmo jeito que não gostaria de ver todos de preto. Diversidade está se tornando mais importante do que sempre foi pra mim.
Eu não nasci na época errada, nasci no momento certo, onde conheci pessoas que são extremamente especiais, e mesmo se nao soubesse que elas existem, deixariam um vazio.Mas hoje eu realmente me senti bem, apesar de todas as críticas diárias que faço a algumas coisas da modernidade, vi que posso ser diferente e ao mesmo tempo participar desse conjunto. Claro, esses bons sentimentos foram relativos somente ao tempo. Geograficamente me senti um lixo. Parece que a cada dia que passa, eu deixo mais de fazer parte desse lugar. Não que eu não goste daqui,é que eu simplesmente não me adapto. Sinto que poderia me adaptar a variadas culturas, mas não consigo aceitar o que vejo nestas mesmas ruas todos os dias. Não vou citar tudo que me incomoda, não tenho espaço para isso. “Cú de mundo” como nos Famosos e os Duendes da Morte. Eu quero sair pra tomar um café em Paris,mesmo não gostando de café. Quero ir em alguma padaria da Itália, quero dançar pulando com os africanos. Quando acordar, quero abrir a janela e ver as Pirâmides de Gizé, quero sair pra jogar em Las Vegas na sexta a noite e acordar no sábado sem lembrar de nada, só pra ver as fotos depois. Quero descansar em um templo budista e sair para andar de bicicleta na muralha da china.
Quero estar apaixonada por tudo e todos, tirar fotos de diversas paisagens e comprar vários livros, mesmo que não leia todos. Vou andar de metrô na Rússia e escrever um LP no banco.Quero ir pra Jerusalém, quero passar a mão em um tigre da Tailândia e depois de tudo isso... quero chegar em casa, deitar e quando acordar novamente, ver todas essas coisas que no momento eu não suporto,com saudade.
Talvez eu não tenha muita noção de tempo e espaço. Pode ser que eu já tenha vivido isso e recebi uma chance de viver de novo. Mas pode ser também que o meu destino não esteja traçado e que tudo é incerto, eu traço ele da maneira que eu achar melhor na hora. O meu livro, escrevo eu, decido onde ele se passa e quais são os personagens principais. Os coadjuvantes não existem, por que, apesar de tudo, nos livros deles eles são principais. Dá no mesmo que o príncipe da Cinderela passar na casa da Branca de Neve e dos sete anões e pedir para ela experimentar o sapatinho. Ele é importante de qualquer jeito, mas para a Branca de Neve, pode ter sido apenas um tarado maníaco que ela decidiu não abrir a porta e ele foi embora. Acho que esse texto foi mais um bombardeio de ideias sem nexo. Adoro tudo que não tem nexo.

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