sexta-feira, 30 de julho de 2010

O último Grão de ...

"Levanta a mão quem pensa na morte todo o dia". Aquela aula me marcou. Por que eu fui uma das poucas pessoas a levantarem a mão? Por que a maioria costuma evitar ao máximo esse assunto?
Não é que eu ache legal pensar na morte. É apenas meu modo de dar mais valor aos pequenos gestos.Pode ser que isso seja ruim para alguns, achando que sou o tipo de pessoa que só dá valor quando perde. Mas não, é exatamente o contrário! Eu imagino perdendo e vejo como tenho sorte no momento, evitando que eu perca depois. Infelizmente, isso nao deu certo nas férias.Todo dia eu pensava :" E se esse fosse o último dia? ainda bem que tenho mais" mas agora elas chegaram ao fim. Não pude evitar nada, só aproveitei ao máximo. Acho que isso é o mesmo com a morte... Para mim, ela só serve para que eu aproveite mais a minha vida. Não quero morrer "da maneira errada".
É tão triste ver alguem que está à beira da morte acreditando que vai viver por muito tempo ainda. Evitando a cada segundo pensar sobre isso.
Hoje, a cada sílaba que saia da boca dela, havia um suspiro de esperança, como se quisesse ouvir da boca dos outros que ainda tinha chances alimentando cada vez mais uma mentira. E ela ouviu, ela viu as cabecinhas concordando quando dizia que nao seria a ultima vez que a veriam. Eu tinha prometido que nao faria isso, mas fiz. E segurei minhas lágrimas com todas as forças que eu pude concentrar naquele momento.
A esperança não é a ultima que morre, ela morre com você. Particularmente, eu gostaria de morrer sozinha. Não quero criar ilusões, quero apenas saber que acabou e que finalmente chegou o momento em que eu pensei todos os dias da minha vida. Claro que há a esperança boa, mas quando ainda tem alguma chance de que algo aconteça. O último grão de esperança,que é esse que nos acompanha neste momento, deve ser cultivado em outra pessoa, com outro propósito. Porque, afinal, as férias sempre acabam.

É o ciclo.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

the mind's true liberation


O teto foi o primeito a ir embora. As paredes foram se esvaindo aos poucos, uma a uma.Choveu forte em mim, só em mim. Os planetas começaram a girar ao redor da minha cabeça. Eu era a convidada do sol, e certamente, algo clareou para mim ali.
A água gelada aqueceu mimnha alma e os sinos começaram a tocar. A música chamou todos os seres vivos do lugar, seja lá qual for... E todos se balançavam na mesma sintonia em que as flores brotavam. As árvores cada vez maiores só faziam sombra se pedíssemos. Lá ninguém precisava de um nome, não precisava saber quem eram seus parentes, não havia medo nem castigo.
A música foi ficando mais forte e os pássaros começaram a chegar. Eles vinham de longe, puxando com força um grande arco-íris. Pulei alto como se não houvesse gravidade, transformando todos os meus medos em borboletas que não cegam. Havia lençois por toda parte. Brancos, balançando com o vento, mas deles não surgiam palhaços assassinos.Ali não existia tempo. O único relógio estava pendurado em parede solitária, e seus ponteiros dançavam um rock clássico.
Do nada, as pessoas foram esmagadas dançando. Em cima de mim caiu um teto e meus pés ficaram gelados por causa da água gelada. Minha mãe bateu na porta do banheiro reclamando que eu estava demorando demais no banho.
Fico feliz em saber que não foi um sonho e que esse lugar existe. Os planetas não vão parar de girar ali enquanto eu não quiser que parem. Quando não houver mais necessidade, quando o lugar em que eu vivo for tão bom quanto esse lugar, eles podem sumir.
"Não sei porque", mas tenho a impressão de eles ficarão ali por muito tempo...

When the moon is in the Seventh House
And Jupiter aligns with Mars
Then peace will guide the planets
And love will steer the stars

Quem sabe dessa maneira tenhamos um resultado. haha.