Sempre me deparo com esse quadrinho em branco e com a barrinha piscando,e ela me parece ser muito impaciente e necessitada de palavras que valham a pena.
Desisti de fazê-la feliz.
Durante o ano inteiro, vi textos, crônicas e poemas que valiam a pena. Não entendia como conseguiam fazer aquilo. Fazer poesia do vento e da porta e mesmo assim ficar tão profundo? O meu poético é pequeno e interno demais para escrever. Para dar certo, teria que cumprir certos rituais:
Gostaria de estar com uma caneca bem grande de cafe fumegando, com pantufas de pelo e ter uma vista maravilhosa da janela.
Mas eu não gosto de café, tem um chá de marca desconhecida que estou esfriando a meia hora em cima da escrivaninha. Nunca usaria pelos nos pés, e minha pantufa tem forma de bola de futebol.
Ps: Eu odeio futebol.
Só me sobra a maravilhosa vista! Mas se abro a janela vejo outras janelas, por isso, a deixo fechada.
Nada de poético sairia de alguém tão simples. A pouco tempo um amigo me disse que se olharmos o quarto de alguém, veremos a cabeça deste. Acho que está explicado. Minha mente é tão bagunçada quanto meu quarto. As únicas coisas em seu devido lugar são os quadros dos Beatles, do Harry e minhas fórmulas matemáticas na parede.
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